Em Portugal, muitos trabalhadores com mais de 30 anos de serviço auferem salários idênticos aos dos recém-contratados.
Em Portugal, muitos trabalhadores com mais de 30 anos de serviço auferem salários idênticos aos dos recém-contratados.Em Portugal, há uma crescente frustração entre trabalhadores de diversos setores, à medida que muitos profissionais com três décadas de serviço recebem salários semelhantes aos dos recém-contratados. Este cenário levanta sérias questões sobre a valorização da experiência e da antiguidade no mercado de trabalho, refletindo problemas estruturais nas políticas de remuneração.
Em vários setores, como a indústria, os serviços e a administração pública, as tabelas salariais não contemplam aumentos proporcionais à experiência acumulada. Consequentemente, muitos novos funcionários, ao ingressarem nas empresas, conseguem negociar salários semelhantes, ou até superiores, aos dos colaboradores com anos de dedicação. Esta situação resulta, em parte, da pressão competitiva no mercado laboral e da falta de ajustamentos salariais periódicos que recompensem a experiência.
Este fenómeno gera uma série de problemas. Em primeiro lugar, desmotiva os trabalhadores mais antigos, que veem o seu empenho e compromisso de longo prazo não serem devidamente reconhecidos. Essa falta de valorização pode traduzir-se em queda de produtividade, aumento de absentismo e, em muitos casos, até na saída de profissionais qualificados em busca de melhores condições. Assim, as empresas correm o risco de perder talento valioso e experiência acumulada, fatores cruciais para a sustentabilidade e eficiência dos negócios.
Por outro lado, os jovens que entram no mercado de trabalho podem enfrentar uma perspetiva desanimadora a longo prazo. Embora possam usufruir inicialmente de salários competitivos, rapidamente percebem a ausência de progressão salarial significativa à medida que ganham experiência, o que compromete a motivação e o desenvolvimento profissional a médio e longo prazo.